Colunistas, Vilma Damásio, Caminhos Sinuosos que muitas vezes os espíritos percorrem para se comunic
- Vilma Damásio
- 16 de mar. de 2015
- 4 min de leitura
Caros leitores. Remexendo em minha gaveta de guardados, encontrei o que passo a transcrever, e que na época encaminhei ao Blog da Comunhão Espírita Cristã de Piedade.
CAMINHOS SINUOSOS QUE MUITAS VEZES OS ESPÍRITOS PERCORREM PARA SE COMUNICAREM COM OS FAMILIARES ENCARNADOS...
Aconteceu na Comunhão Espírita Cristã de Piedade, numa tarde de Estudos da Doutrina dos Espíritos.
Após o encerramento, como costumamos fazer, perguntamos se alguém havia percebido ou visto algo, e Maria Antônia Santos, médium, nos disse ter visto durante toda a aula, uma bailarina dançando ao som de uma música que ela não conseguira identificar.
Este fato se deu no dia 12 de Junho de 2010.
Na semana seguinte, enquanto fazíamos as vibrações e a prece de encerramento, Maria Antônia psicografava. A seguir fizemos a pergunta costumeira e ela afirmou ter visto novamente a mesma bailarina. Pedimos para que lesse o texto psicografado e ela então começou;
“Minha querida professora Vilma. As saudades da senhora são muitas, assim como dos familiares deixados neste mundo de meu Deus. Uma terrível dor de cabeça, e entrei em óbito. Muito tempo em tratamento médico espiritual até recuperar-me. Sentindo saudades, como já havia dito, voltei à Piedade, cidade que amo de coração. Rever amigos, tios e primos foi muito gratificante. Não poderia despedir-me sem antes participar desse estudo doutrinário. Foi muito bom rever a minha querida professora de piano nos tempos de minha juventude. Anos dourados! Quantos sonhos! As lágrimas banham minha face, mas são de alegria, de felicidade. Abraços carinhosos, juntamente com beijos e agradecimentos da aluna que jamais a esquecerá.”
Ass. MARIA EMILIA BRAND ROSA
Valeu!!!
Neste momento eu tinha os olhos banhados em lágrimas. Maria Emília fora uma das inúmeras alunas que tive. Maria Antônia então me perguntou se eu percebia alguma relação entre a bailarina e a mensagem que acabara de receber.
Sim! Lembrava-me perfeitamente agora. Há muitos anos atrás, nem sei dizer quantos, Maria Emília me convidava para o seu aniversário. Iria completar 14 ou 15 anos, não sei ao certo. Comprei então uma caixinha de joias, dessas que ao ser aberta, faz surgir uma pequena bailarina dançando ao som de uma música. Fiz então uma brincadeira com ela. Coloquei o presente embrulhado com muito capricho em uma caixa maior, cheia de papel picado; essa caixa foi colocada dentro de uma outra ainda maior e assim por diante, até que o presente parecia ser algo bastante grande.
Quando cheguei à sua casa a família já estava toda reunida, amiguinhas e colegas à sua volta. Ao me ver, correu a abraçar-me. Retribui o abraço com carinho e lhe dei o volumoso pacote. Admirada com o tamanho do presente, começou a abrir. Tirava caixas e papel, papel e caixas. Ela ria, ria muito. Seu riso era contagiante e todos riam. Finalmente encontrou o presente e me agradeceu com aquele sorriso que transbordava felicidade. Aliás, lembro-me dela sempre assim, a sorrir.
Os anos se passaram e nossas vidas seguiram rumos diferentes. Ela se casou com o rapaz de seus sonhos e teve três filhos e uma filha. Poucas vezes nos vimos a partir daí, já que passou a morar em Sorocaba.
O desencarne chegou cedo para ela e só dias depois tive conhecimento do fato. Esta mensagem psicografada trouxe-me muita alegria e emoção. Guardei-a com carinho dentro de meu Evangelho e a li por várias vezes.
O mais admirável de tudo isso e que nos mostra os caminhos, às vezes tortuosos que a espiritualidade encontra para se comunicar com os entes queridos, estava para chegar... Através de um amigo, meu filho Dilermando veio a conhecer o filho caçula de Maria Emília. Com aquela maneira peculiar que ele tem de fazer amizades facilmente, convidou o novo amigo para um churrasco em sua casa.
Mara, esposa do meu filho, chegou do trabalho e o encontrou, feliz, preparando o churrasco. Algum tempo depois ele ligou para nós, seu pai e eu para conhecermos seu novo amigo. Nós fomos e ali ficamos conhecendo o rapaz, sua esposa e seus dois filhos. Conversávamos descontraídos, quando de repente lhe perguntei, como que afirmando:
- Vocês não são daqui de Piedade, estou certa?
- Não, respondeu ele. Somos de Sorocaba, mas minha família é daqui. A senhora deve conhecer a família Brand Rosa!
- Naturalmente! O Zezinho e a Sandrinha foram meus alunos de piano!
Respondi entusiasmada:
- Eu sou o filho caçula da Maria Emília!
Não me contive e perguntei, de súbito:
- Você acredita no Espiritismo?
- Sim, acredito – afirmou.
Contei-lhe então o que acabo de lhes expor.
A seguir fui até minha casa, peguei a mensagem e a levei a ele. Impossível descrever a emoção que se apoderou do rapaz ao ler a carta da mãe. Ao terminar, chorava, dizendo:
- É dela mesmo! É a sua letra e o modo como assinava o nome!
Algum tempo depois, observando que o impacto da emoção havia dado lugar a uma alegria indefinível, lhe disse:
- Leve-a, para que seu pai e irmãos a leiam. Mas, por favor, tire uma cópia e a devolva. Essa é minha. Maria Emília a escreveu para mim!
O mais emocionante, porém, e que ele me contou logo após eu ter falado sobre o presente que eu dera a ela em seu aniversário, foi quando me disse que aquela caixinha de música sua mãe a mantivera sempre sobre seu piano. Com sua passagem para o OUTRO LADO DA VIDA o piano ficara para sua irmã e ela a conservava ainda no mesmo lugar. A bailarina ainda dançava a cada vez que a caixinha era aberta...
Foi difícil para mim, a esta altura, conter as lágrimas. Dias depois ele me entregava a mensagem junto com uma imagem de Santa Cecília, a padroeira dos músicos. Disse-me que essa imagem a mãe a mantivera sempre sobre seu piano e a irmã a conservara assim até aquele dia. Agora ela a oferecia a mim, em nome da mãe. Não é preciso dizer da emoção que mais uma vez senti. Coloquei-a imediatamente sobre o meu piano e ali ela se encontra.
Cada vez que me sento ao piano para tocar e fazer minha terapia musical, eu a olho e me lembro daquele episódio tão distante, mas agora sempre presente...”

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Vilma Damásio, Piedadense, é Colaboradora do Blog Melhorias para Piedade com sua coluna Semanal: O Acaso não existe – Escritora e Professora, Vilma lançou 5 Livros que estão disponíveis para Venda no Site da AGBOOK, Clique aqui e conheça os cinco livros da Autora...
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