Colunistas Vilma Damasio, Sobre a Natureza da Virtude

SOBRE A NATUREZA DA VIRTUDE

Caros leitores: Ainda na Revista O Rosacruz de Setembro de 2009, temos um belo artigo sobre este tema, escrito pelo frater Ralph M. Lewis.Diz ele:

"A despeito de todas as imperfeições e fraquezas da natureza humana, há determinadas qualidades no homem que quase o tornam divino. Elas representam a dignidade salvadora que verdadeiramente distingue o homem como animal superior. Uma das qualidades atribuídas ao homem é muito ampla em todas as características que abrange. Trata-se da virtude. A virtude, como sinal de pureza e fortaleza, tem sido recomendada há milênios. Os filósofos e poetas a ela têm feito referências ou louvado determinados atos pelos quais ela se torna conhecida.

Embora muitos aforismos sejam ditados como virtudes, em que consiste a virtude? Realmente, que é a virtude e como explicariam os antigos, os filósofos que a enaltecem? Trata-se de um atributo inato, ou é ela alguma coisa que conquistamos?

A primeira classificação das virtudes procede do grego. Os gregos tinham quatro virtudes apenas: Sabedoria, Coragem, Temperança e Justiça. Estas, os antigos gregos consideravam como fundamentais. Em seu diálogo, Platão faz Sócrates afirmar que a virtude é uma tendência inata no homem. Ela não é adquirida através da educação. A virtude, dizia ele, somente poderia ser ensinada como recurso para despertar aquilo que já existe na alma. Em outras palavras, as virtudes, afirmava Sócrates, decorriam do conhecimento de si mesmo.

Em seu diálogo " A República", Platão presta grande tributo à Justiça. Chama de cardeais, virtudes como a Justiça, porque elas correspondem à constituição natural da alma. Na verdade, de acordo com Platão, a virtude é a saúde , ou a harmonia da alma. Diz ele que a alma se compõe de três poderes: o intelecto, o sentimento e a vontade. Assim, a Sabedoria, a Temperança, e a Coragem, a eles correspondem. Notaremos que, deste ponto de vista, a virtude representa uma ação. É uma objetivação daquilo que se acredita estar na alma.

Aristóteles, o famoso discípulo de Platão, discordou de seu mestre. Afirmava que a virtude não é inata. Ao contrário, é ela adquirida pelo hábito.Ela é diferente para todos os homens porque é determinada pelas circunstâncias particulares a que eles estão expostos. Aristóteles aumentou a lista das virtudes potenciais. Afirmou, ainda, que determinada intensidade de inteligência e de diligência individual se faz necessária para escolher a conduta que constitui a virtude. Com relação a essa escolha, Aristóteles usa o termo CONTEMPLAÇÃO.

A escola Estóica de filosofia considerava a virtude como a vida seguindo a ação da natureza, ou, em outras palavras, como a conduta que melhor se adapta ao que é necessário para enfrentar as exigências da natureza.

Marco Aurélio, imperador romano e filósofo, explicava que a virtude e a iniquidade não consistem de paixões, mas, antes, de ações. "Todas as coisas provêm de Deus", dizia ele, "mas qual de todas as virtudes é a apropriada para ser praticada hoje em dia?"

De acordo com Santo Agostinho, as virtudes clássicas foram adaptadas ao pensamento cristão. Agostinho define a Fortaleza como amor que prazerosamente suporta todas as coisas por Deus. A Temperança, afirma ele, é amor que se mantém intato por Deus. A Justiça, amor que serve apenas a Deus e que, portanto, controla tudo o mais a que está sujeito ao homem. A Sabedoria é amor que estabelece diferença entre as coisas que aceleram ou retardam a apreciação de Deus, por parte do homem.

Em tempos mais modernos, o filósofo Kant disse que o bem moral contém dois elementos:um, é a virtude, ou a ação; o outro, a felicidade. Afirma ele, todavia, que há nisto um contrário: Todas as pessoas virtuosas não são felizes; e todas as pessoas felizes não são virtuosas. Contudo, Kant explica que as pessoas virtuosas adquirem um senso de auto - satisfação de contentamento com suas próprias ações."

MASAHARU TANIGUCHI DIZ: "A VERDADEIRA FELICIDADE VEM DA PAZ ESPIRITUAL" E NÓS ACRESCENTAMOS QUE A PAZ ESPIRITUAL VEM DA CONSCIENTIZAÇÃO E PRÁTICA DE ATOS DE VIRTUDE...