Colunistas, Fabiano Campachi - O menino do vovô.

Aécio Neves representa o que há de mais obscuro e tórrido nesse país.

Personifica, fielmente, uma classe que arrota lagosta, que limpa os lábios com guardanapo de seda, mas que, todos nós sabemos, fede. Ou será que cheira? Ou não fede nem cheira?

Difícil posicionar e definir, uma classe que ainda não se posicionou e nem sequer se definiu ainda.

Sob o abrigo da justiça, ou da falta dela, e abraçados por uma mídia canalha e oportunista, atacam.

Paladinos da justiça, heróis grisalhos, gritam histericamente, feito velhinhos que perderam no baralho.

Renovação? Mudança?

Diria Renato Russo, que isso que aí está, se auto- intitulando salvadores da pátria verde e amarela, não passa de “Mais do Mesmo”.Vide Ronaldo Caiado.

Mas voltemos a Aécio.

Brincou de casinha. Foi o homem exemplar. O bom mineiro. Aliás, mineiro? Será?

Fato é que sonhou representar uma classe que, ele nunca representou. Sonhou!

Bem ou mal, acordou , rapidamente, e voltou a ser o que sempre foi, a representar o que ele sempre representou...

O netinho do vovô, acordou!

Melhor seria que continuasse a viver seu sonho da Cinderela, pois esse despertar tem se mostrado ridículo, e não menos perigoso.

Uma criança mimada, ferida e magoada, é capaz de tudo e abraça até o diabo se for preciso.

(É bom lembrar que, no Brasil, o diabo trabalha a noite, e colhe resultados ao amanhecer.)

Uma criança mimada, Esperneia, grita, bota gente na rua, com a camisa da seleção 7x1, mas não pisa no asfalto.

Assiste tudo da janela, feito o menino mimado que representa.

-Não vou brincar na rua pois mamãe não deixa!

Essa criança, aliás, cerca-se de tantos vovôs, e diga-se, um mais caquético que o outro.

Só que o garoto é, por hora, preterido também dentro do seu ninho também.

Imagine o amigo que, a essas alturas, nem os vovôs confiam tanto nele, e preferem apostar em um tucano de fala mansa. Apostam na ave de paulista, preferem o rei das represas secas. Há quem diga que até o velho vampiro, estaria nesse momento, com mais prestígio que o playboy da terra do pão de queijo.

Bom que se diga:

- Todos farinha do mesmo saco. Mesma raspa de cumbuca.

Há, no entanto, um presente como consolo; um velho e empoeirado reino para ele chamar de seu.

Continua a cuidar do ninho, a tomar conta do galinheiro. Mas é pouco.

O que ele quer de verdade é “brincar” sozinho e reconstruir, uma república de bananas.

Uma república só dele.

Tudo isso justifica, talvez, os delírios, que tem acometido, nosso garoto febril.

- Fui reeleito presidente da república!

- Nosso partido ( repartido), é o maior do Brasil!

- Vou tomar o bola da dona Dilma.

- Esse campo será só meu.

- O mundo será só meu.