Crítica - Carnaval não é pão nem circo
- Barâo de Pirapora - Rodrigo Araújo
- 5 de fev. de 2016
- 2 min de leitura
Carnaval não é pão nem circo. Não adianta vir com as demagogias de sempre que o poder público deve deixar de investir em carnaval para destinar verbas para outras coisas, vide saúde, educação.
Na prática, isso é impossível por causa da lei da Responsabilidade Fiscal, onde uma verba não pode ser destinada para outra.
No entanto, algumas cidades que se orgulham em dizer que não fazem o investimento desse segmento cultural para poupar para pastas sociais, é mentira, ou melhor, engodo, como um circo, onde trata o cidadão como palhaço.
A verba da cultura existe e deve ser planejada com cuidado para destinar com despesas de recursos humanos, manutenção dos prédios, equipamentos e projetos.
Deve investir também nas oficinas de capacitação, profissional, feiras artesanais e apoio as tradições, nesse âmbito, destacamos as festas populares e ou religiosas.
É prioridade sim, investir em Carnaval, não só por estimular o comércio e turismo no Município, como também é investir na cultura popular e fortalecer a tradição. Não basta a administração contratar serviços de palco e som, o ideal é dar vazão durante o ano para estimular o surgimento de novos blocos, através de oficinas de percussão e musicalização.
É ridículo uma cidade como Piedade, que tem um Conservatório com excelentes profissionais e artistas que se esforçam para formar músicos e a cidade não dar nenhuma estrutura para os músicos exercerem sua profissão.
O carnaval é uma oportunidade para os músicos que formaram no Conservatório, uma vez que a cidade não ostenta apresentações de MPB e Jazz nos bares da cidade, geralmente, sem música de qualidade, afastam as pessoas da vida noturna com leis que marginalizam a sociedade (como a dos bares fecharem as 23h), essas visões demagógicas e moralistas são resultado de anos de descaso com a cultura em Piedade, uma vez que tal lei foi inspirada (copiada) de Osasco.
Por que não inspiraram em São Luiz do Paraitinga, que o próprio carnaval ajuda na arrecadação do Município, além de promoverem ações beneficentes através da própria festividade, ou Conservatória no Rio de Janeiro, que estimula a vida noturna com músicas de qualidade e a manutenção da tradição cultural do interior.
Por isso, afastar investimentos públicos em Festas populares é ter pensamento retrógrado e moralista, talvez os mais exaltados e liberais deveriam se inspirar em festividades que com ou sem apoio da intervenção do Estado, ela acaba acontecendo, mas para isso, precisa ter um povo motivado e que saiba da importância do que é cultura numa sociedade. Por isso, Carnaval não é Pão e circo.
Diminuir ou desprezar uma festividade que nasceu da própria religião católica e tornou um dos maiores espetáculos da terra, ou é por má fé, desses que tem ódio de ver as pessoas felizes ou não passam de palhaços.

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